sábado, 14 de janeiro de 2012

“Por você, faria isso mil vezes!”


Carinho, tristeza, alegria, alívio, medo, angústia, revolta, raiva, amor... Estes foram apenas alguns dos muitos sentimentos despertados durante a leitura do livro O Caçador de Pipas. Mas se tivesse que resumir o livro em uma única palavra, esta seria LEALDADE.
Em quais momentos de nossas vidas e para quantas pessoas seríamos capazes de enfrentar tudo, sofrer com resignação e ainda afirmar: “por você, faria isso mil vezes”? Com esta simples frase, O Caçador de Pipas é capaz de nos despir de nós mesmos.


O livro, escrito por Khaled Hosseini, conta a história de dois grandes amigos: Amir e Hassan. Quem narra os fatos é Amir, um menino inteligente e com uma vida sem restrições financeiras, porém, carente de amor. Por outro lado, seu amigo Hassan, apesar das privações financeiras e intelectuais, apresenta-se como um menino esperto, amável, puro e leal. E mesmo com tantas diferenças, os dois são grandes amigos.
Confesso que Amir me conquistou. Não mais do que Hassan, talvez, mas Amir é o retrato da complexidade humana. Apesar dos erros, ele era apenas uma criança. Depois, Amir torna-se um adulto tentando ser feliz, mas impedido de chegar a este objetivo devido a um grande sentimento de culpa.
A leitura nos prende e o desenrolar dos acontecimentos nos faz sofrer junto com os personagens. Sim, sofrer mesmo. Pois não quero criar falsas expectativas: apesar de excelente, a história não é alegre. Mais que isso, é chocante. Porém, nos remete a muitas reflexões. Então, “por mim, eu poderia ler mil vezes”. Mas por outro lado, o livro narra o amor. Não aquele amor carnal, mas o amor fraternal, daqueles que não cabem no peito, mas que, em muitas ocasiões, fica em estado latente. O Caçador de Pipas desperta esse amor em nós.

Os fatos têm início na década de 1970 e terminam no início dos anos 2000. Durante a leitura, é possível conhecer um pouco a história do Afeganistão, antes e depois da ocupação soviética do país e da chegada do Talibã. Apesar de ser ficção, a gente se pega pensando que essa “estória” poderia ter acontecido realmente.
Não gosto de contar a história de livros e filmes, pois acredito que a surpresa de ir descobrindo os fatos, os personagens e os desfechos é o que dá verdadeiro “sabor” à leitura. No entanto, senti muita vontade de compartilhar algumas impressões, pois com certeza, assim como O Menino do Pijama Listrado (o livro que poderia chamar como “a menina dos olhos” para mim, pois, durante a leitura, me apeguei muito à história e aos personagens), O Caçador de Pipas também mexeu com os meus sentimentos.
Assim que puder, vou assistir ao filme também. Na verdade, só gosto de assistir filmes derivados de livros depois de ler... Tenho medo de perder o interesse pela leitura por já saber o desfecho e acabar me privando de todos os detalhes proporcionados pelas páginas, palavras, letras e entrelinhas. 

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