sábado, 9 de outubro de 2010

20 e poucos anos


Chegou a hora de apagar as velinhas? Quantas? 20 e poucas... Quantas exatamente? Na verdade, não importa se 20 ou 29... Aliás, é este intervalo de tempo (ou de números) que está em questão. Digamos que entre os 20 e 29 anos, muitas mudanças começam a acontecer. Se você já passou dessa fase, sabe do que estou falando. Se tiver menos, é bom saber que muita coisa vai começar a mudar daqui a pouco. Mas se você encontra-se exatamente neste intervalo de tempo, é porque está no olho do furacão.
Uma das primeiras coisas que notamos ao chegar aos 20 são os convites para as festas. Há 10 anos, por exemplo, eu costumava ser chamada para bailes de debutantes. Hoje, sou convidada para casamentos. Esta teoria também é válida para os “garotões”. Se não iam a bailes de debutantes, provavelmente eram convidados para outros programas, como assistir filmes inapropriados para a idade na casa do colega da classe ou do vizinho.
E tem mais. Há 10 anos era muito divertido passear no shopping ou jogar bola no terreno baldio. Hoje, o ponto mais importante do shopping é a lanchonete da praça de alimentação que está com a menor fila na “hora” do almoço. E o terreno baldio provavelmente está ocupado por árvores plantadas por algum vizinho que não aguentava mais a bola caindo no quintal... Ou talvez por algum empreendimento de um condomínio clube.
Agora voltemos para as festas. Se um menino afirmasse ter beijado 14 garotas, era só dividir este número por dois, diminuir três e desconfiar de mais um, que certamente você chegaria ao número real. Mas aos 20 e poucos já não se tem mais paciência para provar tantos beijos sem graça. O que queremos é “aquele beijo”, ou melhor, “o beijo” de alguém pré-estabelecido. Só uma observação: se você chegou aos 20 e ainda não passou da fase anterior de querer beijar todo mundo à sua frente, por favor, evolua!
Namoro aos 15 também é engraçado. Começa no portão da escola, na rua de casa ou na rua da casa de alguma amiga (ou amigo). As meninas riem o mais alto que podem para chamar a atenção dos meninos que, normalmente, conversam sobre as colegas “gostosas” da irmã mais velha. Mas já que as colegas “gostosas” da irmã mais velha não querem nada com eles, o jeito é garantir a garota da gargalhada mais estrondosa mesmo. Porém, aos 20 e poucos, avaliamos o sorriso.
Aos 20 e poucos anos ainda temos o direito de arriscar (e esse direito permanece aos 30, aos 40, aos 50...). Se erramos, devemos consertar. Fez o lindo curso de medicina e irá exercer este belo ofício para o resto da vida para agradar pai, mãe, avô, vizinho ou vai largar tudo para ser intérprete na França? Passou naquele concurso disputadíssimo que vai garantir sua estabilidade financeira e por isso vai desistir do sonho de ser jornalista? (Lembro de duas amigas). Vai deixar de ser feliz para não ir de encontro à sociedade e ao resto do mundo? É bom saber que você tem 20 e poucos, mas daqui a alguns anos poderá ser tarde para jogar tudo para o alto. Portanto, “rode a baiana, já”. Mas se errar, assuma as consequências, afinal você já tem 20 e poucos anos.
Já cantava Fábio Júnior com os seus 20 e poucos: “nem por você, nem por ninguém eu me desfaço dos meus planos, quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos”.
(Curiosidade: escrevi este texto aos 25).

2 comentários:

  1. Camiletxi, os meu 15 anos já se foram, agora entro nos 20. Tudo muda com o passar dos anos, nos tornamos mais responsáveis, experientes, pensamos nas reais conseqüências de nossos atos, temos uma visão mais critica sobre a vida e por fim ficamos adultos com espírito de “criança”...

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  2. Muito bem, sra. Jaíse!!! Está ficando uma mocinha, hein? rs As responsabilidades começam a surgir naturalmente, mas nunca podemos deixar a doçura das ações alegres... Viver com responsabilidade é essencial, mas não devemos nos tornar pessoas chatas, sisudas, mal-humoradas... Ser sério não significa ser chato, não é mesmo? E com alegria, podemos realizar muuuitos sonhos... Bjs

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